O presidente Jair Bolsonaro conseguiu vencer as eleições no Congresso Nacional. Os eleitos para presidência da Câmara e do Senado receberam apoio do presidente. No Senado, foi eleito Rodrigo Pacheco (DEM/MG). Para presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP/AL).
Arthur Lira enfrentou Baleia Rossi (MDB/SP), que também fez parte, até recentemente, da base de apoio do presidente. Durante a campanha, Rossi atacou Bolsonaro, a quem acusou de liberar emendas para ajudar na campanha de Lira.
Arthur Lira foi eleito com 302 votos contra 145 atribuídos a Baleia Rossi. Diferença de 157 votos. O resultado foi entendido não apenas como resultado de apoio do governo federal, mas também, e principalmente, como uma reação contra o apoio do PT à candidatura de Rossi. O partido sofre uma brutal rejeição, atualmente, em todo o país.
Rodrigo Pacheco teve uma vitória bem tranquila no Senado. Ele derrotou Simone Tebet (MDB/MS). Pacheco fez discurso e disse que pretende agir de forma independente, apesar de sua ligação com Bolsonaro. Tanto que sinalizou com a possibilidade de abrir ao PT a participação no colégio de líderes da Casa.
A eleição de Lira e Pacheco é benéfica para o presidente porque ele enfrenta 65 pedidos de impeachment. A vitória de um adversário poderia colocar em cheque o restante do mandato. Baleia Rossi, por exemplo, havia sinalizado com a perspectiva de aceitar algum dos pedidos. Isso para atender reivindicação dos petistas, que o apoiaram.
O processo de impeachment começa com admissão do presidente da Câmara, que o encaminha para Comissões. Em seguida, votado em plenário em dois turnos, segue para o Senado. Com aliados nas duas Casas, a coisa muda de figura. Rodrigo Maia, na presidência da Câmara, fez várias ameaças de aceitar os pedidos contra o presidente.
Bolsonaro nega participação direta na campanha. Ele falou a interlocutores que respeita a independência dos Poderes. No entanto, ressaltou sua ligação com Arthur Lira. Para ele, seria melhor que Lira fosse eleito. (TR)